Transformando Imperfeições
Em inner.org
Traduzido por Maurício Klajnberg
Traduzido por Maurício Klajnberg
Pêssach – A Festa da Liberdade – nos lembra do grande evento histórico que tão firmemente nos uniu a D’us, o Criador do Céu e da Terra. A liberdade da escravidão no Egito, enviada pelo Céu, foi um preâmbulo e preparação para o próximo grande evento, o maior na história judaica, e na história de toda a humanidade – A Outorga da Torá no Monte Sinai, sete semanas depois.
A Torá tornou-se o elo que nos liga a D’us, portanto nosso povo judeu, a Torá e D’us estão inseparavelmente unidos em um só. Mas a celebração do Êxodo (saída) do Egito não está limitada apenas aos oito dias de Pêssach, que celebramos somente uma vez por ano. Somos ordenados na Torá: “Lembra do dia de tua partida do Egito todos os dias da tua vida!” Assim, é uma questão de importância diária para cada um de nós lembrar da nossa liberdade da escravidão. Como nos diz a Hagadá que “todos os dias de tua vida”, incluem também as noites. Dia e noite, portanto, cada um de nós deve se lembrar da “partida do Egito”. Este é um dos motivos pelos quais a terceira porção do Shemá está incluída em nossas preces matinais e noturnas, pois conclui com as palavras: “Eu sou D’us, que te tirou da terra do Egito, para ser teu D’us; Eu sou D’us, o teu D’us.”
Na verdade, mencionamos este grande evento incontáveis vezes. Recitamos a Canção de Moshê na Travessia do Mar Vermelho toda manhã. No Kidush de Shabat e Yom Tov dizemos: “Um memorial da saída do Egito.” Muitas e muitas vezes, de uma maneira ou de outra, o assunto de Yetzias Mitsraim (Êxodo do Egito) ocupa um lugar importante em nossas preces e observâncias diárias das mitsvot.
A ênfase para nós está na ideia de “tua partida”, que equivale a dizer; não é apenas uma celebração de um evento nacional para todo o nosso povo em conjunto, mas é também um evento individual, para todo e cada judeu separadamenteO potencial de todo judeu é o de expressar a Divindade. Para palavra hebraica para Egito, Mitzrayim, significa “limitações”. Limitação é a incapacidade de alguém se expressar plenamente. No Egito, o povo judeu estava limitado e não podiam expressar plenamente a Divindade. A redenção das limitações do Egito é o poder Divino e o milagre da festa de Pessach.
O Salto Compassivo
De acordo com o grande comentarista bíblico, Rashi, a palavra em Hebraico para “Páscoa”, Pessach (pei, samech, chet) tem dois significados:
- Saltar ou pular sobre – D’us saltou sobre as casas dos judeus no Egito durante a morte dos primogênitos do Egito.
- Compaixão – este salto foi uma grande expressão da compaixão de D’us para com o povo judeu.
Na Torá a palavra que é usada para uma pessoa aleijada (que salta ou pula) é pisayach. Esta palavra compartilha uma raiz com Pessach e é a fonte da explicação de Rashi de que Pessach significa “saltar’. O saltar de uma pessoa aleijada é considerado uma imperfeição e impede a um Cohen de servir no Templo Sagrado. Da mesma forma, um animal que é pisayach é considerado imperfeito e indigno de ser trazido como um sacrifício no Templo.
O Poder Transformativo de Pessach
A bela imagem da futura redenção está escrita em Isaías 35:6: “Naquele momento (quando Mashiach chegar) o aleijado saltará com um cordeiro”.
Em realidade, frequentemente observamos ou experimentamos coisas que parecem más. A beleza da criação está na Torá, que nos dá o poder para transformarmos mal em bem. Pessach tem este poder de transformação. Ele pode transformar a incapacidade física em um verdadeiro e belo saltar com liberdade. A visão do homem aleijado saltando como um cordeiro é uma imagem muito importante para se ter em mente em Pessach.
O Salto Futuro
No Egito, D’us saltou sobre as casas dos judeus.
No Cântico dos Cânticos (2:8), entretanto, encontramos um diferente tipo de salto. “A voz de meu amado está se aproximando; ela salta sobre as montanhas e pula sobre as colinas”.
De acordo com nossos Sábios, as montanhas representam os Patriarcas, enquanto as colinas representam as Matriarcas. Pelo mérito e poder dos Patriarcas e Matriarcas, D’us salta sobre as montanhas e colinas e para dentro de nossos corações para nos trazer Sua revelação.
De acordo com nossos Sábios, as montanhas representam os Patriarcas, enquanto as colinas representam as Matriarcas. Pelo mérito e poder dos Patriarcas e Matriarcas, D’us salta sobre as montanhas e colinas e para dentro de nossos corações para nos trazer Sua revelação.
A Chave Para Penetrar No Coração
As limitações do Egito são barreiras psicológicas que não podem ser penetradas. Estas barreiras psicológicas, que existem em algum nível em toda a humanidade, nos deixam incapacitados. A palavra hebraica para “compaixão”, chemlá (chet, mem, lamed, hei), é uma permutação da palavra hebraica para “doença”, machalá (mem, chet, lamed, hei). Quando nos conectamos com o outro com compaixão, o que é ainda mais profundo que abraçar com amor, nós o redimimos de suas barreiras psicológicas. Este estado doentio de incapacidade é então transformado ao saltar Messiânico do cordeiro.
A energia transformativa de Pessach é o poder para rompermos todas as barreiras psicológicas e, com compaixão em nossos corações, pular todo o caminho em direção dos corações de D’us, nosso cônjuge, família e amigos.
Transformando Imperfeições Em Milagres
A imperfeição que se justapõe consistentemente (6 vezes) com a incapacitação na Torá é a cegueira. Estas duas condições são interdependentes. O valor numérico de “aleijado”, pisayach, é 148. O valor numérico de “cego”, iver, é 276. Juntos, eles totalizam 424, que é o valor numérico de Mashiach ben David, Messias o filho de David.
Mashiach inicialmente tem as duas abrangentes imperfeições de incapacidade física e cegueira. Adicionalmente, ele é descrito na Torá como um leproso. Lepra é uma doença da pele. Em Hebraico, a palavra para “pele” é or (ayin, vav, reish) cuja soletração é idêntica à palavra para “cego”, iver. Isto é uma alusão à “pele” virtual que cobre os olhos do cego impedindo que ele veja. A redenção depende da remoção da barreira sobre nossos olhos para revelar os milagres ao nosso redor. No momento de sua chegada, Mashiach, com a ajuda de D’us, será redimido e transformará suas imperfeições nos milagres da redenção final.
Pessach: A Revelação de Maravilhas Divinas
No livro de Micá 7:15, D’us nos promete “Mais do que nos dias da redenção do Egito, Eu vos mostrarei maravilhas Divinas”. O poder de Pessach é o potencial para transformar nossas limitações em maravilhas Divinas. Que possamos merecer nos relacionarmos aos outros com verdadeira compaixão. Pelo mérito de nossa compaixão, possa D’us ter compaixão conosco e transformar nossa incapacidade e cegueira ao pular do cordeiro e à abertura de nossos olhos para revelar as maravilhas da chegada de Mashiach.
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